Rosalinda se tu fores à praia se tu fores ver o mar cuidado não te descaia o teu pé de catraia em óleo sujo à beira-mar
a branca areia de ontem está cheiinha de alcatrão as dunas de vento batidas são de plástico e carvão e cheiram mal como avenidas vieram para aqui fugidas a lama a putrefacção as aves já voam feridas e outras caem ao chão
Mas na verdade Rosalinda nas fábricas que ali vês o operário respira ainda envenenado a desmaiar o que mais há desta aridez pois os que mandam no mundo só vivem querendo ganhar mesmo matando aquele que morrendo vive a trabalhar tem cuidado...
Rosalinda se tu fores à praia se tu fores ver o mar cuidado não te descaia o teu pé de catraia em óleo sujo à beira-mar
Em Ferrel lá p´ra Peniche vão fazer uma central que para alguns é nuclear mas para muitos é mortal os peixes hão-de vir à mão um doente outro sem vida não tem vida o pescador morre o sável e o salmão isto é civilização assim falou um senhor tem cuidado