Entre um rosto e um retrato, o real e o abstrato Entre a loucura e a lucidez, Entre o uniforme e a nudez Entre o fim do mundo e o fim do mês Entre a verdade e o rock inglês Entre os outros e vocês
Eu me sinto um estrangeiro Passageiro de algum trem Que não passa por aqui Que não passa de ilusão
Entre gritos e gemidos, entre mortos e feridos (a mentira e a verdade, a solidão e a cidade) Entre um copo e outro da mesma bebida Entre tantos corpos com a mesma ferida
Eu me sinto um estrangeiro Passageiro de algum trem Que não passa por aqui Que não passa de ilusão
Entre americanos e soviéticos, gregos e troianos Entra ano e sai ano, sempre os mesmos planos Entre a minha boca e a tua, há tanto tempo, há tantos planos Mas eu nunca sei pra onde vamos
Eu me sinto um estrangeiro Passageiro de algum trem Que não passa por aqui Que não passa de ilusão