Estás demitido, obviamente demitido
Tu nunca roubaste um beijo
E fazes pouco das emoções
És o espantalho dos amantes.
Estás demitido, obviamente demitido
Evitas a competência
Não reconheces o mérito
És um pilar da cepa torta
E assim vamos vivendo
Na província dos obséquios
Cedendo e pactuando enquanto der
Filósofos sem arte, afugentamos o desejo
Temos preguiça de viver
Estás demitido, obviamente demitido
Subornas os próprios filhos
Trocaste o tempo por máquinas
Tu és um pai desnaturado.
Estás demitido, obviamente demitido
Arrasas a obra alheia
Às vezes usas pseudónimo
Tu és um crítico de merda
E assim vamos vivendo...
Estás demitido, obviamente demitido
Encostas-te às convergências
Nunca investiste num ideal
Tu sempre foste um demitido
Tu foste sempre um demitido
Já nasceste demitido!