Sorriste-me junto ao rio Quando de febre eu morria Entre delirio palustres E suores me consumia Eu ardia em fogo lento Quando me deste agasalho Passaste em mim um umguento Muito mais fresco do que orvalho
Redimiste-me nativa As penas do meu regredo Mantiveste a minha alma vida Porti voltei a ser ledo Adorei deus em eresia Dei-lhe outra face sagrada E a nossa volta no chao Foi crescendo uma erva mestiçada
Deste-me conchas do mar E um sorriso na boca E eu nada tinha pra dar Que se comparasse em troca
Dei-te os ferros da razao Dei-te o valor do metal O castigo e o perdao E a gramatica do mal Dei-te a dor no crussifixo Dei-te a cinza do prazer Se nao fosse eu era outro E antes eu do que um qualquer
Dei-te a minha lingua mãe Na tardes desse vagar O meu bem mais precioso Que eu tinha pra te dar
E esse meu falar antigo De branco fez-se mulato Um dialecto criolo Um visso novo no mato