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Racionais MCs - Homem Na Estrada Lyrics - Zortam Music
Song:Homem Na Estrada
Album:Racionais MC'sGenres:Rap
Year: Length:521 sec

Lyricist: Racionais Mcs

Lyrics:

Um homem na estrada recome?a sua vida.
Sua finalidade: a sua liberdade.
Que foi perdida, subtra?da;
e quer provar a si mesmo que realmente mudou,
que se recuperou e quer viver em paz, n?o olhar
para tr?s, dizer ao crime: nunca mais!
Pois sua inf?ncia n?o foi um mar de rosas, n?o.
Na Febem, lembran?as dolorosas, ent?o.
Sim, ganhar dinheiro, ficar rico, enfim.
Muitos morreram sim, sonhando alto assim,
me digam quem ? feliz,
quem n?o se desespera, vendo
nascer seu filho no ber?o da mis?ria.
Um lugar onde s? tinham como atra??o,
o bar e o candombl? pra se tomar a ben??o.
Esse ? o palco da hist?ria que por mim ser? contada.
...um homem na estrada.

Equilibrado num barranco um c?modo mal acabado e sujo,
por?m, seu ?nico lar, seu bem e seu
ref?gio.
Um cheiro horr?vel de esgoto no quintal,
por cima ou por baixo, se chover ser? fatal.
Um peda?o do inferno, aqui ? onde eu estou.
At? o IBGE passou aqui e nunca mais voltou.
Numerou os barracos, fez uma p? de perguntas.
Logo depois esqueceram, filha da puta!
Acharam uma mina morta e estuprada,
deviam estar com muita raiva.
'Mano, quanta paulada!'.
Estava irreconhec?vel, o rosto desfigurado.
Deu meia noite e o corpo ainda estava l?,
coberto com len?ol, ressecado pelo sol, jogado.
O IML estava s? dez horas atrasado.
Sim, ganhar dinheiro, ficar rico, enfim,
quero que meu filho nem se lembre daqui,
tenha uma vida segura.
N?o quero que ele cres?a com um 'oit?o' na cintura
e uma 'PT' na cabe?a.
E o resto da madrugada sem dormir, ele pensa
o que fazer para sair dessa situa??o.
Desempregado ent?o.
Com m? reputa??o.
Viveu na deten??o.
Ningu?m confia n?o.
...e a vida desse homem para sempre foi danificada.
Um homem na estrada...

Um homem na estrada..

Amanhece mais um dia e tudo ? exatamente igual.
Calor insuport?vel, 28 graus.
Faltou ?gua, j? ? rotina, monotonia, n?o tem prazo pra voltar, h?!
j? fazem cinco dias.
S?o dez horas, a rua est? agitada,
uma ambul?ncia foi chamada com extrema urg?ncia.
Loucura, viol?ncia exagerado.
Estourou a pr?pria m?e, estava embriagado.
Mas bem antes da ressaca ele foi julgado.
Arrastado pela rua o pobre do elemento,
o inevit?vel linchamento, imaginem s?!
Ele ficou bem feio, n?o tiveram d?.
Os ricos fazem campanha contra as drogas
e falam sobre o poder destrutivo dela.
Por outro lado promovem e ganham muito dinheiro
com o ?lcool que ? vendido na favela.

Empapu?ado ele sai, vai dar um rol?.
N?o acredita no que v?, n?o daquela maneira,
crian?as, gatos, cachorros disputam palmo a palmo seu caf? da manh? na lateral da feira,
Molecada sem futuro, eu j? consigo ver, s? v?o na escola pra comer,
Apenas nada mais, como ? que v?o aprender sem incentivo de algu?m, sem orgulho e sem respeito,
sem sa?de e sem paz.
Um mano meu tava ganhando um dinheiro,
tinha comprado um carro,
at? rolex tinha!
Foi fuzilado a queima roupa no col?gio, abastecendo a playboyzada de farinha,
Ficou famoso, virou not?cia, rendeu dinheiro aos jornais, ham!, cartaz ? policia
Vinte anos de idade, alcan?ou os primeiros lugares... super-star do not?cias populares!
Uma semana depois chegou o crack, gente rica por tr?s, diretoria.
Aqui, periferia, mis?ria de sobra.
Um sal?rio por dia garante a m?o-de-obra.
A clientela tem grana e compra bem, tudo em casa, costa quente de s?cio.
A playboyzada muito louca at? os ossos!
Vender droga por aqui, grande neg?cio.
Sim, ganhar dinheiro ficar rico enfim,
Quero um futuro melhor, n?o quero morrer assim,
num necrot?rio qualquer, um indigente, sem nome e sem nada,
o homem na estrada.

Assaltos na redondeza levantaram suspeitas,
logo acusaram favela para variar,
E o boato que corre ? que esse homem est?, com o seu nome l? na lista dos suspeitos,
pregada na parede do bar.

A noite chega e o clima estranho no ar,
e ele sem desconfiar de nada, vai dormir tranq?ilamente,
mas na calada caguentaram seus antecedentes,
como se fosse uma doen?a incur?vel, no seu bra?o a tatuagem, DVC, uma passagem, 157 na lei...
No seu lado n?o tem mais ningu?m.

A Justi?a Criminal ? implac?vel.
Tiram sua liberdade, fam?lia e moral.
Mesmo longe do sistema carcer?rio, te chamar?o para sempre de ex presidi?rio.
N?o confio na pol?cia, ra?a do caralho.
Se eles me acham baleado na cal?ada, chutam minha cara e cospem em mim ?..
eu sangraria at? a morte...
J? era, um abra?o!.
Por isso a minha seguran?a eu mesmo fa?o.

? madrugada, parece estar tudo normal.
Mas esse homem desperta, pressentindo o mal, muito cachorro latindo.
Ele acorda ouvindo barulho de carro e passos no quintal.
A vizinhan?a est? calada e insegura, premeditando o final que j? conhecem bem.
Na madrugada da favela n?o existem leis, talvez a lei do sil?ncio, a lei do c?o talvez.
V?o invadir o seu barraco, ? a pol?cia!
Vieram pra arrega?ar, cheios de ?dio e mal?cia, filhos da puta, comedores de carni?a!
J? deram minha senten?a e eu nem tava na 'treta', n?o s?o poucos e j? vieram muito loucos.
Matar na crocodilagem, n?o v?o perder viagem, quinze caras l? fora, diversos calibres, e eu apenas
com uma 'treze tiros' autom?tica.
Sou eu mesmo e eu, meu deus e o meu orix?.
No primeiro barulho, eu vou atirar.
Se eles me pegam, meu filho fica sem ningu?m, e o que eles querem: mais um 'pretinho' na febem.
Sim, ganhar dinheiro ficar rico enfim, a gente sonha a vida inteira e s? acorda no fim, minha verdade
foi outra, n?o d? mais tempo pra nada... bang! bang! bang!

Homem mulato aparentando entre vinte e cinco e trinta anos ? encontrado morto na estrada do
M'Boi Mirim sem n?mero.
Tudo indica ter sido acerto de contas entre quadrilhas rivais.
Segundo a pol?cia, a vit?ma tinha vasta ficha criminal.'




 

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