Ei patrão, olha só quem vem ali O hippie da cidade não quis ir embora não Não dá pra acreditar que ele ainda está de pé E caminhando em nossa direção Foi muita coragem ter aparecido aqui De certo a nossa língua não entende muito bem Sempre que dissermos 'saia' é pra sair Mas se quiser ficar, pois bem
A discussão é natural em qualquer desentendimento E tudo é só questão de opinião Exatamente como eu estava lhe dizendo Maldito hippie sujo Quero que vá embora Saia já daqui!
Ei patrão não sei mais o que fazer Quanto mais eu bato nele, mais ainda ri de mim Ta lá desde ontem pendurado pelas mãos E nem parece achar ruim Ei seu hippie imundo, o que há de errado com você? Querendo esculhambar com a tradição do nosso povo Pega o marcador de gado lá pra gente ver Se ele vai aparecer aqui de novo
Ei patrão, não sei como lhe dizer Mas eu vi mais de quarenta deles vindo pelo rio Sei que lá no alto na estrada tinha uns cem E ali no pasto, mais de mil E o hippie se levanta e diz: 'agora é minha vez!' Quero que vocês, porcos, ouçam muito bem É bom que amem mesmo a terra de vocês Pois daqui não vai sair ninguém
Em pouco menos de uma hora já estavam todos mortos Todos espalhados pelo chão De tudo isso resta o ódio como herança Nada de esperança Só mais uma historia e que não acaba aqui