Quando eu ouço a voz da fonte Não sei que canto que encerra Parece o gozo do mundo Dentro do ventre da terra Quando eu ouço a voz do rio Me lembro de passarinho Um é livre outro é vadio Cantando pelo caminho Quando eu ouço a voz do vento Não acerto nem me engano Não é mágoa nem lamento É cantiga de cigano Quando eu ouço a voz do mar Tanto é mansa quanto ataca Não sei quando é de ninar Nem sei quando é de ressaca Quando eu ouço alguma voz Na janela do horizonte De alguém cantando por nós É Deus cantando defronte Quando eu ouço a voz do mar Tanto é mansa quanto ataca Não sei quando é de ninar Nem sei quando é de ressaca Quando eu ouço alguma voz Na janela do horizonte De alguém cantando por nós É Deus cantando defronte