A tempestade me assusta como sua ausência
Você, raio humano, despencou na minha cabeça
E desde então
Grita esse trovão no meu peito
A chuva lá fora, chove de fato
Enquanto sua ausência inunda meu quarto
E transborda na cama, agora eu entendo
Meus sonhos são outros
Enquanto não durmo
Enquanto te espero
E chove no mundo
Eu não me acostumo
Com a falta de rumo brasileiro
E esse tom de desespero
Que atingiu nosso amor
Penso no homem que dorme nas ruas do Rio
E agora flutua nos rios da rua
E os barracos na beira do abismo
Deslizam no cinismo da Vieira Souto
Meus sonhos são outros
Enquanto não durmo
Enquanto te espero
E chove no mundo
Eu não me acostumo
Com a falta de rumo brasileiro
E esse tom de desespero
Que nos atingiu
Enquanto não durmo
Enquanto te espero
E chove no mundo
Eu não me acostumo
Com a falta de rumo brasileiro
E esse tom de desespero
Que atingiu nosso amor
Meus sonhos são outros
Por dentro dos túneis, no fundo do poço
Ninguém fica imune crescendo no esgoto
E nosso amor sem risco e sem glória
Se escora na história do meu país do desgosto
Meus sonhos são outros
Meus sonhos são outros
Meus sonhos são outros
Meus sonhos são outros
Meus sonhos são outros
Meus sonhos são outros
Meus sonhos são outros
Meus sonhos são outros