(Dado Villa-Lobos / Renato Russo / Marcelo Bonfá) Se dez batalhões viessem à minha rua E vinte mil soldados batessem à minha porta À sua procura Eu não diria nada Porque lhe dei minha palavra Teu corpo branco já pegando pêlo Me lembro o tempo em que você era pequeno Não pretendo me aproveitar E de qualquer forma quem volta Sozinho p'rá casa sou eu Sexo compra dinheiro e companhia Mas nunca amor e amizade, eu acho E depois de um dia difícil Pensei ter visto você Entrar pela minha janela e dizer - Eu sou a tua morte Vim conversar contigo Vim te pedir abrigo Preciso do teu calor Eu sou Eu sou Eu sou a pátia que lhe esqueceu o carrasco que lhe torturou o general que lhe arrancou os olhos o sangue inocente de todos os desaparecidos O choque elétrico e os gritos -Parem por favor, isso dói Eu sou Eu sou Eu sou a tua morte Vim lhe visitar como amigo Devemos flertar com o perigo Seguir nossos instintos primitivos Quem sabe não serão estes Nossos últimos momentos divertidos? Eu sou a lembrança do terror De uma revolução de merda De generais e de um exército de merda Não nunca poderemos esquecer Nem devemos perdoar Eu não anistiei ninguém Abra os olhos e o coração Estejamos alertas Porque o terror continua Só mudou de cheiro E de uniforme Eu sou a tua morte E lhe quero bem Esqueça o mundo, vim lhe explicar o que virá Porque eu sou, eu sou, eu sou